sexta-feira, 26 de abril de 2013

Isto de ser emigrante... La Cage Dorée - o filme

Não é por ser emigrante que tenho a opinião que tenho deste filme.
Não quero saber se o senhor que "pariu esta cria" é filho de emigrantes concierges ou pedreiros, aquilo que sei é que este tipo de filme fácil, caricatural e tudo mais o que lhe queiram chamar, a mim enerva-me, chateia-me e lá no fundo até me deixa triste por ser apenas a imagem que muitas pessoas ainda fazem dos portugueses.

Tenho plena consciência que este filme é a imagem mais marcada dos portugueses, mas não deviamos acabar com ela por não ser mais a imagem dos emigrantes de HOJE?

Cansa-me passar a vida a ter que explicar a toda a gente que a emigração de hoje não é mais aquele grupo de mulheres das limpezas nem aqueles trolhas que assobiam quando uma miúda passa.
Não estou aqui a desvalorizar ninguém, nem profissão alguma, apenas não sou hipócrita para dizer que é tudo a mesma coisa. Não, não é, e se têm dúvidas pensem, se vos oferecerem um trabalho de empregada de limpezas e outro de professora (quem diz professora diz qualquer outro com mais reconhecimento) qual dos dois escolhem? Pois...

Não usamos bata a toda a hora, não temos uma casa antiquada cheia de crucifixos, não não me identifico nada, nadinha com esta imagem da "comunidade portuguesa" como dizem ser este filme!

Resta dar os parabéns aos actores protugueses que têm mais uma oportunidade de reconhecimento internacional. Sim, que pelas bandas dos francius isto está a encher páginas de jornais e aqui pela Suiça até na rádio já é notícia... -.-'

Isto faz-me lembrar uma conversa que tive uma vez com a pediatra dos meus filhos em Portugal.
Ela, de nacionalidade portuguesa, na altura a viver e estudar em França, numa festa de um casal amigo, encontrou um casal francês que lhe perguntou de que nacionalidade ela era, ao que ela respondeu "Portuguesa" e eles muito depresso disseram "Ahhh a nossa concierge também é portuguesa", ela como não tem feitio para sorrir e calar ofereceu-lhes um "Ah que engraçado, a minha é francesa".
Tivessemos nós Portugueses, um bocadinho do orgulho francês e iriam buscar, não o emigra tuga, mas sim os nossos grandes cérebros para bons e reconhecidos filmes...

Lá iremos nós ser a risada e os trolhas dos "barrigudos da Europa"...


E não digam que não tenho sentido de humor, que isso é ao gosto de cada um!

75 comentários:

  1. Sei que esse filme está a fazer furor em frança, tenho lá familiares que o foram ver e gostaram muito. O mais irritante em relação aos emigrantes (em França pelo menos) é que eles próprios alimentam ainda essa imagem dos emigrantes dos anos 70 e isso irrita-me, até parece que se esquecem da origem deles, que nervos .....
    beijinho

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    1. Os portugueses na sua grande maioria adora ser o coitadinho do bairro. Falta-lhes amor próprio e vontade em ser mais e melhor!

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  2. Pois é Ana, sinto diariamente na pele o que dizes. Aqui nos Estados Unidos a imagem do emigrante é a mesma, e a do Português? Pois tenho a dizer que me desiludiu, pois os americanos são muito educados mas os outros emigrantes de outros paises têm uma ideia totslmente errada dos portugueses.
    Quando cheguei o que mais ouvia dizer é que o Português é burro, é mal educado... Posso dizer que fiquei chocada por ouvir este tipo de comentarios de todos os outros emigrantes.
    A minha resposta é sempre a mesma, existe gente boa e má em todo o mundo, gente educada e mal educada em todas as culturas. Sou portuguesa com muito gosto,não falto ao respeito a ninguem e tenho estudos...
    Detesto ver que pessoas que já passaram por Portugal e que lá fizeram uma parte da sua vida, possam ter a coragem de dizer mal de quem os acolhe e fazer passar uma ideia errada de boba em boca.

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    1. O problema é esse mesmo é que enquanto houver pessoas que acham que mostrar a pequenez e falta de cultura de um povo nunca consigueremos a um primeiro olhar mostrar que Portugal é um país de gente grande e com muito valor!

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  3. Ser emigrante não é fácil. Eu estou em França e ainda existe muito a ideia de que os portugueses que vêm para cá, é igual a dizer que a mulher vai para a "ménage" e o homem é "maçon".
    O que é facto é que também não é muito fácil entrar noutro mercado de trabalho não sendo de nacionalidade francesa... Estou cá desde Julho 2012 a lutar por um posto de trabalho que sei que mereço (e que tinha em Portugal), na área em que fiz os meus estudos, mas ainda ninguém me deixou mostrar o meu valor! Já perdi a conta às respostas negativas, até mesmo para operadora de caixa (uma vez que também tenho experiência nessa área).
    Até lá, vou pagando as contas com a "ménage" e com a "aide au domicile".
    De qualquer forma, não sou menos pessoa do que ninguém pelo trabalho que tenho.

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    1. Acredito que nem todos os dias sejam fáceis nem nunca disse que concierges são menos que alguém que as coisas fiquem bem esclarecidas. Apenas me cansa esta imagem de que os portugueses emigrantes só têm duas saídas, conciergerie e domésticas e para eles maçons.

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    2. Concordo contigo. Não quis dizer que tinhas dito tal coisa... Apenas é o que muita gente pensa.

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    3. Sei que é o que pensam e por isso catalogam logo os portugueses nessas áreas, ao promover filmes destes é o mesmo que aceitar esta imagem.
      Beijinho

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    4. Este comentário foi removido pelo autor.

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    5. Eu tambem estou e frança desde outubro 2012, tb não tenho o emprego de sonho, mas é honesto, nao é roubado. Em relação ao relatório da D. Ana é triste...deve ter a "sorte" de nao fazer grande coisa. Eu sou gardienne ou concierge tal como a historia do filme, com a diferença k de uma geraçao diferente tenho 30 anos, e agradeço a quem me deixou o seu lugar! Nao sofro de preconceito, vivo a minha vida e o k pensam de mim nao me interesssa, as coisas em Portugal não estao bem, tenho k me agarrar ao k tenho e com orgulho.

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    6. Caro Rafael Lobo, excusa de passar a anónimo, que as pessoas quando defendem o que escrevem devem assumi-lo ;)
      Acho que não entende o meu ponto de vista e eu também não vou perder mais tempo com isto!
      Se gosta do que faz, melhor para si, se se identifica com o filme, melhor ainda.
      Se eu não faço grande coisa? Problema meu, mas posso dizer-lhe que o que faço, faço-o com gosto, e sinto-me feliz por tal, não por sorte mas porque aqui cheguei com muito trabalho e não precisei de pedir este lugar a ninguém... ganhei-o, mereci-o.
      E pronto, olhe seja feliz que isso é o mais importante, agora deixe é de tentar ofender alguém que tem uma opinião diferente da sua!
      Cumprimentos
      Ahhh e em francês um homem é concierge, nunca gardienne, no minimo gardien!

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    7. Em frança o mais correto é Concierge (para MULHER) e Guardien (para HOMEM).

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    8. Só para que não restem dúvidas, porque o francês é para mim do mesmo nível que o português, aqui fica a confirmação do que eu disse sim?

      D'après la définition de l'Académie française (8ième édition) le mot "concierge" est utilisé pour les deux genres(masculin et féminin).

      C'est CELUI ou CELLE qui a la garde d'un immeuble .

      Et gardien ça on le sait tous c'est un mot du genre masculin et son féminin c'est gardienne.

      Salutations!

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  4. É um filme em que se caricaturam os emigrantes portugueses, é isso? Dispenso ver. Revolta-me.

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    1. fica caldinha otária...o filme é mto bom mesmo! Caricaturas à parte...é um espelho da realidade... não critiques antes de ver...ok?

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    2. Sim querida S. é a caricatura básica, fácil e barata de emigrantes portugueses que estão muito longe de ser a emigração actual. Não vale mesmo, para quem espera mais da nossa nação, como nós!

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    3. Oh otário, até aqui me chagas? valha-te deus.

      Ana, querida, obriga. Fico assim meio incomodada quando sinto que gozam com o que é nosso.

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    4. Querida, o anónimo é um apaixonado secreto por ti ahahahah
      Em relação ao gozarem o que mais me incomoda ainda é ver portugueses a baterem palmas a esta imagem que em nada mostra o orgulho de um povo.

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    5. Pra quê k se armam em tias de Cascais se levem andar a lavar cús aí nos Alpes!! LOL
      Tenham dignidade e respeito por todas as profissões.

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    6. Onde é que viu tirar a dignidade a uma profissão??? Que problema esta da língua portuguesa, é falta de compreensão ou mesmo vontade de se entreter enquanto não faz nada?
      E olhe, o meu limpar de cús deixa-me feliz! Vê, já limpei três cús e continuo a fazê-lo e digo-lhe foi e é das tarefas ligadas à melhor profissõ do MUNDO, nos Alpes ou não.
      E olhe em vez de vir para aqui compre uma gramática, um dicionário e se não chegar volte para a escola que o seu português e o pouco francês já me fazem doer os olhos!
      Olhe e se não conhecer Cascais eu faço-lhe uma visita guiada, ponto de encontro: Boca do Inferno!
      Boa?!

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  5. Anónimo não venha poluir o meu canto que não é mesmo nada bem vindo esse tipo de linguagem e olhe sim, este filme é de uma excelente e única qualidade para espectadores com a sua categoria e linguagem por isso olhe ficamos por aqui e deixe lá que o meu próximo post é em homenagem a si!

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  6. Também sou emigrante. Não gosto quando gozam, com portugueses ou quaisquer outras nacionalidades. Eu também tenho estudos e sou emigrante há apenas 12 anos. Também não me identifico com esta caricatura dos portugueses, (pelo menos dos novos emigrantes), mas a verdade é que ainda hoje ao passear e a conviver entre os nossos conterrâneos mais antigos, a caricatura assenta que nem uma luva. Mas temos de ter orgulho nestes mesmos emigrantes, pois é graças a eles que os portugueses são vistos como os mais trabalhadores e honestos. E temos de saber rir COM eles e não DELES. Também nos rimos de filmes em que entram outras nacionalidades. E so um filme, com o objectivo de fazer rir, e para mim o objectivo foi conseguido. Respeito para todos.

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    1. Gostei mesmo deste comentário e da sua opinião, aquilo que me chateia neste filme é que vende esta imagem de um povo como o nosso que é muito mais que isto e mais uma vez somos vistos como o a cauda do monstro Europa. Talvez o meu próximo post mostre bem aquilo que quero dizer acerca da imagem que esre filme vende de nós emigrantes portugueses! Imagem essa que de feliz e orgulho tem muito pouco!

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    2. Obrigado. Agora que já me registei, aproveito para dizer que tem um blog com que me identifico, pelas mesmas ideias e desabafos que senti quando aqui cheguei(Bélgica).
      Muito bom, continue.

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    3. Miguel seja muito bem-vindo e tenho a dizer-lhe que vive no país que me educou e viu crescer! Etterbeek foi a minha casa durante anos. Toda a sorte do mundo!

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    4. Obrigado! Sou de Waterloo, Lasne. 35 anos, casado, com 2 filhos, um rapaz e uma rapariga e sou super feliz. Em Portugal sou do Seixal.

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    5. O mundo é mesmo pequeno :) Waterloo conhecemos bem a escadaria do leão faz-nos ter presente a visita eheh Por aqui somos um casal com três piolhos, todos rapazes. Uma familia que adora viajar, morar nos quatro cantos do mundo e de Portugal somos de Lisboa :) Vizinhos em todo o lado :) Prazer!

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    6. Olá Ana!

      Cheguei agora a este pequeno estaminé e para a minha agradável surpresa, consegui rever-me em muito, nas palavras por aqui escritas.

      Para já e, como emigrante da nova geração, que sou tinha que comentar este post.

      Tenho a dizer que concordo integralmente com o texto e identifiquei-me, particularmente, com o comentário do Anónimo das 09:20.

      Eu, que cheguei à Suiça há pouco mais de um mês, que na bagagem trazia a minha formação académica, educação, valores e objectivos, acabei por ir parar ao mundo das limpezas, muito por força da minha "limitação", no que à língua diz respeito. já neste meio, encontrei a geração de emigrantes "fruto dos anos 60", mas também a geração mais recente... e em ambas, encontro alguns resquícios desta infeliz caricatura portuguesa. Os objectivos primordiais, de ter uma "ganda casa" e um "ganda carro" em Portugal, continuam a ser preponderantes. Vejo em ambas as gerações, uma força e uma enorme vontade de trabalhar, mas creio, que acabam por deixar de viver "o momento", para poderem gozar, daqui a 20/30 anos, da casa de sonho em Portugal.

      Atenção, eu não sou contra ao facto de se ter uma casa, ou um carro, bem pelo contrário. Só acho que o processo para obter as coisas, poderá ser mais comedido e simultâneamente, desfrutar um pouco mais da vida.

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    7. Sabes Cláudia, este post deu que falar e acho que muitas vezes as coisas "embrulham-se" porque as pessoas fazem questão de não quererem ir para além do "ofendidas".
      Aquilo que penso e defendo é que não temos as mesmas ideologias e objectivos que as gerações anteriores, não estamos mais condicionados a limpezas e obras, não emigramos mais com esse objectivo de nos ficarmos pelo trabalhinho que os outros não querem. Não, hoje em dia, gostamos de nos igualar, gostamos de mostrar o valor que temos que em nada é inferior ao deles, não nos conformamos com pouco nem sacrificamos o bom da vida para contruir a enorme vivenda na terra que se for preciso nem nunca lá viveremos, porque a vida são dois dias e nada é garantido.
      Há como é óbvio emigrantes da geração de hoje que ainda tem os mesmos objectivos, mas não são de todo nem a maioria nem a força que hoje nos define.

      Melhores dias virão e tenho a certeza que quando dominirares o alemão deixarás para trás o teu first job e aí sim chegarás onde queres!

      Força nisso miúda.

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  7. Eu acho que há dois tipos de emigrantes: os emigrantes em França e todos os outros.

    Morando numa zona com uma percentagem muito alta de emigração é relativamente fácil, para mim, fazer esta percepção. Tenho amigos na Suíça que fazem limpeza em casas e trabalharam nas obras mas cujos filhos têm educação superior, falam cinco linguas. Tenho conhecidos na Alemanha que trabalham na produção industrial e que apostam na educação superior dos filhos. Tenho conhecidos nos USA e acontece a mesma coisa. Quando voltam a Portugal nas férias passam despercebidos e tentam integrar-se ao máximo. Depois, bem, depois, há os emigrantes em França (e Luxemburgo!) que parecem fazer questão de cultivar esta imagem que se traduz no filme. O fatinho de treino e a meia branca, os estrangeirismos e a falta de saber estar.

    É triste dizê-lo, mas vivem encarcerados 11 meses num T1 e quando chegam a portugal baixa-se-lhes uma superioridade que não se entende bem de onde vem. Seja nos velhos ou nos novos, olham para tudo com aquele desdém de que 'lá na France é que é!'

    Concluindo, este filme não traduz a realidade da emigração nacional actual, mas é um retrato fiél do que foi e continua a ser para muitos emigrantes franceses.

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    1. Olha que sinceramente nunca analisei esse grandeee pormenor. Mas a estudar sem dúvida!

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  8. O primeiro filme que assisti, numa sala de cinema Francesa!! Uma comédia, "la Cage Dorée"! Um filme mediano, que retrata a vida dos emigrantes em França. Muito bons atores Portugueses sem dúvida, como: Joaquim de Almeida; Rita Blanco; Maria Vieira, entre outros. Uma GRANDE critica, sendo este um filme Franc/Port, só percebi metade! :( Pois só legendaram as falas Portuguesas.. Quando a maioria das pessoas que enchem as salas para ver o dito filme são Portugueses ou da sua origem...! Em agosto quando estrear em PORTUGAL creio que todos vão conseguir percebe-lo!! :P ainda ssim me diverti e GOSTEI!

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    1. Eu mesmo percebendo, acho que nem seria necessário, pois ver a portuguesa que passa a vida a gritar e falar alto, que tem crucifixos por tudo quanto é lado, em que o sonho é voltar à terrinha e a francesa que diz que o gaspacho é potuguês, ou "los niños", ou seja, meter Portugal no saco dos Espanhóis, para mim chega para não me encher o ego ;)
      O que interessa é que tenha gostado e que as opiniões se respeitem. Há gostos para tudo.

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  9. Ana, sei como é sentir-se assim...é como os filmes brasileiros que fazem sucesso internacionalmente. Só retratam favelas, gente sem educação, pobreza, etc. E o Brasil não é só isto, não é só funk e violência. Aliás, o Brasil não é só o Rio de Janeiro. Infelizmente esta é a imagem que prevalece. Umpf...
    beijinhos

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    1. Bemmmmm Bonitinha, não podia haver comentário mais acertado!!!!
      As generalizações (ainda mais, pelo lado negativo) são sempre a maior asneira. E quando se quer passar a imagem de um país ou de um povo, por algo que não orgulha ninguém é mesmo barato e fácil... mas também muito triste.
      Beijinho

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    2. Ahhhh e esqueci-me, cabe a nós juventude de espirito acabar com esta imagem que teimam em vender ;)

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  10. mas, então, me digam: quais são os portugueses que emigram hoje para a França? O que contaria um filme que retratasse a vida dos emigrantes de hoje? Seria mais ou menos assim: os emigrantes de hoje têm estudos, educação, cultura, etc. .. mas continuam a ser femmes de ménage, etc... porque só assim conseguem ganhar a vida, razão pela qual emigraram...

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    1. Caro/a anónimo/a tem noção que mais uma vez tem uma ideia TOTALMENTE errada da emigração de hoje?

      Quer que lhe dê exemplos de grandes "réussites" desta nova onda de emigração além fronteiras?

      A emigração de hoje não se encosta às cunhas, ao ficar aqui ou ali, vai à luta, passa entrevista através de skype, fala mais que o português (e atenção que este bem falado e escrito).
      Quem lhe disse a si que continuamos a ser femmes de ménage??? Que afirmação mais errada! Além de ter imensos amigos espalhados pelo mundo, posso dizer-lhe que na área onde trabalho (e olhe que limpezas não é) e na empresa onde trabalho (que é basicamente A empresa da Suiça) existem imensos portugueses, tanto na informática, como na àrea da medecina, como na administração. E sim, dá-me um orgulho imenso receber uma chamada em francês e acabá-la em português, porque quem está do outro lado é a bióloga Susana que tal como eu NÃO pensa de todo voltar aquele país que lhe virou as costas!!!
      E olhe, sabe, é mais fácil e barato fazer um filme baseando-se na caricatura do emigrante do que contar casos de sucesso (que são muitos!), que isso, isso dá que falar e os estrangeiros não iam gostar de ver o "belo tuga a ganhar bem a vida".
      Sim, que o objectivo do senhor é apenas ganhar dinheiro e o pessoal em Portugal mais uma razão tem para dizer "eh pah é mesmo emigrante, diz voilá e traz o número 10 às costas).
      Como diz a Cláudia deve ser mesmo os ares de França que fazem tal coisa, que os rapazes por aqui andam bem aprumadinhos e são jeitosos que se fartam!

      Eiahhh pah vou parar de escrever que se não isto não é publicado eheheheh


      Ahhhh e sabe o que falta ao português?
      Amor próprio!

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    2. Esta decidido!
      Amanhã vou ver o filme, tão polémico...
      Na minha humilde opinião, o grande problema dos portugueses, assim retratados no filme, é que não tentam integrar-se minimamente na cultura dos países que os acolhem. Não leem jornais, não tentam, interagir com os naturais do pais, por vezes nem conhecem mais do que a sua própria rua ou local de trabalho. Pessoalmente, quando tenho oportunidade pego na família, visito museus, leio os jornais, as noticias, tento participar o mais possível de maneira a conhecer pessoas e culturas diferentes. Desde que aqui cheguei, la conheci, portugueses, congoleses, brasileiros, checos, romenos, franceses, ingleses, marroquinos, turcos, espanhois, dinamarqueses, entre outros.
      Também é verdade que muitos portugueses, chegam a outro pais e procuram logo outros sítios frequentados por portugueses, é normal, estão longe de casa e por vezes falar português sabe bem, mas e depois? Depois habituam-se a isso e quando estão de folga a primeira coisa a fazer é ir para o café jogar às cartas enquanto a mulher fica em casa com os filhos, já para não falar da linguagem, por vezes vulgar (asneiras, atras de asneiras). E os senhores, acham bem? Tentem ajudar os vossos filhos a ser os melhores da classe, tenham orgulho neles, que eles falem varias línguas, que sejam melhores que os naturais do pais, e ai sim, vão ter orgulho em dizer, que são portugueses.
      E claro que adoro Portugal, e também quero voltar, mais tarde. Mas eu sai de Portugal por opção e não por necessidade pois estava nos "quadros" em Portugal. E já agora quando regressarem a "casa", deixem o garrafão e a camisola de Portugal em casa, e falem em português, pois não precisam disso para dizerem que são emigrantes.(Muitas vezes falam português no estrangeiro e depois chegam a Portugal a fazer de conta que falam francês).
      E já agora fiquem bem...respeito.

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    3. Miguel, eu já lhe tinha dito que aprecio imenso os seus comentários, serem ou não de acordo com a minha opinião é relativo o importante mesmo é que são carregados de bom senso e de vivência. Já somos duas familias a deixar Portugal não por necessidade mas por querer continuar a ter esperança e sonhar! Tocou numa questão engraçada o defenderem tanto a Pátria no estrangeiro e quando chegam a Portugal dizem que "lá" é que é bom, falam outra língua que não português com os filhos, língua essa que mal dominam, mas mais uma vez continuo a dizer que esta não é mais a imagem desta nova geração que procura mais que uma casa para a reforma em Portugal. Somos portugueses, dizemos sem medos, sabendo que não vamos mais ser metidos no saco do garrafão de vinho nem da camisola do Cristiano Ronaldo.
      E respeito sempre, apesar de...

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  11. Concordo com o comentário do Miguel Craveiro!
    Eu estou cá desde Julho 2012 e só à bem pouco tempo é que fui a um restaurante português e saí de lá desiludida, aliás nós (eu e o meu marido). Constatámos que passámos o almoço a ouvir asneiradas e piadolas para as raparigas que andavam a servir à mesa e elas, sendo portuguesas também, davam sempre troco. No final do almoço, lá íam uns cafézinhos e um bagaço, como é hábito dos portugueses.
    Isto para me dizer que não nos sentimos bem naquele ambiente. Ficámos com a sensação de que todos os restaurantes portugueses em França, serão de um ambiente de 'trolhas' (nada contra a profissão) meio rebarbados e mal educados.

    E estou como a Ana, não faço ideia de voltar para Portugal tão depressa... até o facto de ir lá passar férias me deixa dúvidas, mas como tenho lá família que por enquanto ainda não se pode deslocar aqui, lá terá de ser.
    E ainda indo de encontro ao comentário do Miguel, volta a ter razão na parte em que diz "o grande problema dos portugueses, assim retratados no filme, é que não tentam integrar-se minimamente na cultura dos países que os acolhem." - concordo plenamente, pois sei que isto se passa, pelo menos, com as pessoas mais velhas. Os meus pais também cá estão e não tentam de forma alguma integrar-se nesta cultura! Quando, por vezes, lhes dizemos que têm que ser franceses, é das piores coisas que lhes podemos dizer. E continuam a achar que os franceses são burros, etc e tal. Só tenho pena da minha irmã, que ainda é menor e sendo educada segundo os valores deles, também a ouço muitas vezes dizer mal dos franceses e ainda acha que para arranjar um namorado tem que desencantar aqui algum português porque os franceses são muito esquisitos.

    Eu, felizmente, não sou assim! E mesmo não tendo um trabalho dentro da minha formação (e em Portugal tinha), prefiro estar aqui.


    [Peço desculpa pelo desabafo]

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    1. Se tu soubesses como eu gosto de desabafos :)
      E quando passamos todos pelo mesmo mas vivendo com olhos diferentes dá sempre em longas e boas conversas!

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  12. Como prometido, esta feito!
    Fui ver o filme e sinceramente... Achei engraçado, ri-me muitas vezes e quase chorei.
    Não achei que fosse caricatura, demonstra bem a realidades de muitos portugueses. Não me afetou minimamente pois gosto de rir, e mais de mim mesmo. O que achei mais triste foi ver as personagens a ter que levar a "gamela" (como dizem no filme), para o trabalho.
    Depois acho que os portugueses ficaram com uma imagem de MUITO TRABALHADORES e HONESTOS, mas de quem se aproveitavam pois, são pessoas humildes. Neste aspeto tenho de dar a mão à palmatoria e admitir que me identifico e bastante, (trabalhador, honesto e humilde).
    De resto achei piada e fez-me rir. Gosto de me rir, ainda que estou de acordo com a Ana nos seus comentários. Um abraço, Miguel Craveiro.

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    1. Ainda bem que gostou Miguel, pelo menos foi dinheiro bem empregue :) e digo isto sem qualquer ironia! Se todos gostassemos do verão que seria do inverno? ;)
      Só eu e quem me conhece sabe o quanto levo a vida a brincar e a rir, mas há coisas que não vale a pena, e a estupidez alheia dá dó não graça à minha pessoa :)
      Em relaçõ ao muito trabalhador e honestos, há de tudo e "a linha que separa" o honesto do ser usado émuito ténue, por isso, eu gosto do trabalho que tenho por isso faço-o com gosto, sou honesta mas conheço imensa gente que de honesto tem muito pouco (e o emigra tuga não é essa a fama que tem, talvez intruja?!?).
      Em relaçõ ao ser humilde, palavra tão usada, gostava de saber que quer isso dizer. Ser humilde é comer e calar? Baixar a cabeça quando o chefe fala? Eh pah então o meu lado de resmungona não me permite ser humilde, é mais forte. Quem me faz ou fez bem tem o meu reconhecimento, agora ser humilde... isso é mesmo o quê em casos reais?
      Em relação à marmita (é que malga faz-me lembrar os animais irracionais)eu desde há muito que a uso, ainda em Portugal, engraçado que sempre trabalhei em grandes multinacionais e todas elas tinham refeitórios com excelentes condições (micro-ondas, frigorificos, máquina de café, tv, sofás, louça, talheres) tudo como em casa :) Está na cultura de cada um.
      O que não gostei já toda a gente pode ler, mas reduzir os emigrantes aquela imagem e Portugal a vocabulário espanhol, pronto, é assim... leve ;)
      E Miguel o que eu gosto no meio disto tudo é de conversar e sobretudo quando existem pontos de vista diferentes, desde que respeitados ;)

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    2. E mesmo com prazer que adoro conversar consigo, no fundo temos as mesmas opiniões e maneiras de pensar, (talvez alguns pontos de vista diferentes), mas como diz a Ana, "Se todos gostassemos do verão que seria do inverno? ;)".
      Quanto à palavra "humilde", estive aqui a pensar e a pensar e tem TODA a RAZÃO, leva-me a pensar que é uma virtude que não leva a nada. Mas fui ao dicionario online e encontrei esta definição, "Sinônimo de humilde: discreto, modesto, recatado e simples", até aqui tudo bem, sou eu.
      Depois continuei a ler e como adjectivo, "Que tem ou aparenta humildade, que se diminui voluntariamente", e aqui fiquei lixado.
      Fiquei mais contente com este pensamento, mas acho que já esta ultrapassado, "Ser humilde com os superiores é obrigação, com os colegas é cortesia, com os inferiores é nobreza".
      -- Benjamin Franklin --
      Continue com o Blog esta muito bom e adoro falar consigo. Já conseguiu com este post ter um dos mais debatidos do seu blog, o que significa que faz com que as pessoas reflitam.

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    3. Muito obrigada pelas suas palavras Miguel, e acredite que enquanto isto me agradar por cá andarei, até porque o meu objectivo em tudo na vida nunca foi agradar gregos e troianos!

      E ser humilde, eu acho que nos dias de hoje é muito subjectivo, até porque "olhar de cachorro" como eu chamo, a olhares de quem se diz humilde comigo não pega.
      Eu sou daquele estilo de pessoa que gosta mais de boas discussões (e nada de gritos, mais vale mencionar isto se não...) de gente com pêlo na venta, de gente com convicções, sem medos, gente VIVA! Gente que não se cala, que mete mãos à obra, que dá a sua opinião respeitando a dos outros.
      Não sei se é pela minha vivência mas quando me dizem "sou humilde" é coisa que a mim me faz uma certa impressão e fica logo num saquinho que o meu cérebro criou.

      Conhecia esse pensamento, mas nos dias de hoje talcomo mencionou também acredito que está ultrapassado, pois hoje em dia a liberdade de expressão que temos, o bater o punho na mesa, faz de nós gente forte, com garra e sem medos, uma mais valia para esta selva humana em que vivemos :)

      Mais uma vez, obrigada pelas palavras e continue por cá que gosto de opiniões diferentes fundamentadas e respeitadoras.

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  13. Boa noite. Peço desculpa desde ja mas nao estou de acordo com algumas opinioes, mas enfim, cada um com as suas. Sou imigrante na suiça ja ha 8 anos e nao tenho nem de longe o emprego para o qual me formei nem muito menos o de sonho. Nao e um mau trabalho ate pelo contrario, mas precisei de cunhas pra ca chegar. Aqui na suiça ninguem ganha o emprego de sonho ou um bom emprego sem cunhas, ponto assente... caso nao saibam meus caros,os portugueses sao vistos como maçons nao por so perceberem disso mas sim por serem os melhores na area. Por alguma coisa os patroes so nos querem a nos portugueses para trabalhar na area dconstrucao

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    1. Olá Rui, seja muito bem-vindo e não tem de pedir desculpa por participar nesta ou em qualquer converda aqui do blog, até porque os comentários estão activos para isso mesmo.

      Acerca da minha opinião sobre o filme, não vale a pena eu dizer mais pois está tudo dito mais acima.

      Agora, o senhor afirmou algo como "ponto assente" que me fez rir e uma certa azia também, "Aqui na suiça ninguem ganha o emprego de sonho ou um bom emprego sem cunhas, ponto assente..."
      É que sabe, aqui a je, não teve cunhas em lado NENHUM onde trabalhou, e isto não foi só na Suiça!
      A minha cunha chama-se Ana Marques (prazer!), chama-se curriculum vitae e jobup.ch, mais para a frente teéefone e skype. Ahhh e a maior cunha de todas chama-se VONTADE,LUTA,ACREDITA e nada de MEDOS!
      Fico triste, mesmo triste em ver que um emigrante acha que todos os que por aqui vivem e trabalham estão cá graças a cunhas. Ahhh posso também falar-lhe do caso do meu marido, que veio sem trabalho, pois não falando francês é sempre mais complicado arranjar trabalho estando longe. Mas posso dizer-lhe que depois de muitos anúncios e cv's enviados, o Homem estava a trabalhar duas semanas depois de ter chegado sem conhecer uma alminha em terras helvéticas.

      Sabe isto é como em toda a parte do mundo, há pessoas que lutam, outras esperam os louros, umas vão atrás outras encostam-se à carruagem...
      É uma lei para a vida, talvez de alguém pouco humilde... "Preciso de mim, conto comigo e só comigo, arregaça as mangas e vai lá mostrar que és melhor que qualquer outro, marca a vida de alguém e faz por merecer". Mais uma vez, esta sou eu, Prazer!

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  14. Em relacao ao filme fui ve-lo hoje e adorei, apesar de ser uma comedia da-nos uma certa nostalgia e mostra-nos a realidade que desde sempre os imigrantes portugueses sonham, sair do pais ganhar dinheiro e um dia mais tarde regressar a portugal. A sala estava cheia, fiquei muito admirado ate, e vi pessoas com lagrimas e com um sorrizinho na cara no final. Aposto que deviamos todos estar a sentir o mesmo, porque afinal de contas todos temos orgulho nas nossas raizes. Bem haja a todos... Rui Rodrigues

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    1. Os seus comentários são mais que bem-vindos mas apresentam afirmações que eu vejo-me na obrigação de discordar.
      ..."mostra-nos a realidade que desde sempre os imigrantes portugueses sonham, sair do pais ganhar dinheiro e um dia mais tarde regressar a portugal" - Acha mesmo??? Comecei a Emigrar cedo, muito cedo (pais inteligentes!), passei menos anos em Portugal que em outro país onde vivi e chegaram-me estes anos para perceber que sou filha do mundo e é pelo mundo que devo e tenho de andar. Olhe que essa ideia, tal como já referi anteriormente não é de todo a realidade actual.
      Outra afirmação que não entendi, e esta vai fazer-me repetir uma frase que já utilizei nestes comentários.
      ..."porque afinal de contas todos temos orgulho nas nossas raizes."... Que quer isto dizer? "Ter orgulho nas nossas raízes"... Que significa isto na realidade? Que significa "ter orgulho em ser Portugueses", "Ter orgulho em Portugal", mas que raio afinal significa isto vindo da boca de um emigrante (e não só)?
      Será que significa ir todossss os anos de férias para o mesmo sitio, falar um português misturado com qualquer outra língua assim como dizer que "lá fora é que se ganha bem, lá fora é que se vive"??

      Isto do se ter orgulho em algo tem mesmo de mexer com as entranhas do ser, tem de ser sentido, tem de arrepiar e acreditar que sim, naquilo ou naquele se tem orgulho.

      Tenho orgulho em ser eu, portuguesa ou não, Portugal, assim como qualquer outro país, são apenas pedaços de terra no globo, nada mais que isso... Alguns Portugueses, esses sim, podem marcar a vida de alguém assim como um indiano, turco ou espanhol... e é isto, a minha opinião (modesta como sempre, claro)!

      Bem haja.

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  15. Não tinha ouvido falar nesse filme ainda, mas pelo q escreveste, resolvi espreitar o trailer. confesso que não percebi muito por ser maioritariamente falado em francês, mas realmente passa a imagem do português mesmo saloio, como se isso fosse tudo o q nós somos... o que é triste. mas por outro lado, sempre haverá destes protótipos, mesmo q não queiramos. nós aqui tb temos "preconceitos" (não no sentido de discriminação mas sim no sentido de haver ideias pré-concebidas acerca de uma cultura ou nacionalidade) acerca dos franceses, dos brasileiros, de muitos povos...eheheh. Mas gostei da tua crítica e estou a gostar muito deste teu novo blog ;) Beijinho

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    1. Verdade que é essa mesma imagem que o filme passa e é isso que me chateia, a imagem do português à 50 anos atrás é trabalhada num filme de HOJE em que fazem questão de continuar a mantê-la presente e actual, coisa que eu NÃO aceito!

      Obrigada querida! beijinho!

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    2. Saloio é quem nega as suas raízes e as suas gentes. Ignorante é quem não percebe que este é o retrato dos emigrantes dos anos 60 e 70, quer gostem ou não. Saloio é quem desdenha certas profissões e quer parecer o que não é.
      Atualmente, muitos portugueses emigram porque não têm trabalho e vão para o estrangeiro para trabalhar e melhorar condições de vida que o seu país não dá. Por muito que doa, a verdade é que Portugal não podem ser um país arrogante quando 40 anos depois continuam a mandar gente mal de vida para França e outros países. Sejamos mais humildes !Trabalhar e lutar pela vida não é vergonha.

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  16. Ana, a apreciação crítica que fez ao filme "la Cage Dorée" é muito interessante(muito bem escrita), mas muito dura. Trata-se de uma comédia, logo, uma caricatura de alguns protótipos sociais. Por um lado, temos o casal de emigrantes portugueses, não direi humildes e modestos, mas dignos... muito dignos. Por outro, os franceses, bem ridicularizados também, atavés das situações burlescas que revelam a sua mais profunda ignorância! Em suma, puro divertimento .... o preconceito, somos nós que o fazemos pelos jugamentos de valor que fazemos. Talvez consiga ter esta visão por ter sida filha dos tais emigrantes da década de 70, apesar de me encontrar "enraizada" em Portugal. Parabéns pelo blog, sobretudo por não ter "papas na língua".... Um bem haja.Beatriz

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    1. Olá Beatriz,

      Antes de mais, bem-vinda e obrigada pelo seu comentário.
      Acerca da sua opinião sobre a minha, aceito-a mas posso dizê-la que se me tivesse dedicado uma hora a escrever a minha critica acerca deste filme, acredite que não diria que é dura, diria que é puro linchamento público ;)

      Todos nós trabalhadores somos dignos, dignos daquilo que conseguimos, temos ou obtemos. Aqui a questão não é a profissão X ou Y é sim a ideia que este filme transmite acerca de um povo que não é mais a geração dos anos 70/80 que procura trabalho no estrangeiro APENAS como concierge ou pedreiro.
      Aquilo que não aceito neste filme é em pleno séc. XXI reavivarem esta imagem de tuga saloio que só SERVE!!! Somos mais, muito mais que isso, mas fazer um trabalho onde se mostre a qualidade do tuga, isso não o faria ganhar dinheiro em terras alheias ;)

      Em relação aos franceses, mostram aquilo que milhares de estrangeiros pensam acerca de Portugal "Mas fica onde? Em Espanha?" Se são ridicularizados?? Honestamente? Não acho, apenas vejo aquilo como a falta de capacidade de Portugal se afirmar no Mundo. E apesar de não ser uma fervente defensora agradeço ao Cristianinho por dar a conhecer no minimo o nome de Portugal, coisa que nem Jorge Sampaio, Paulo Portas, Cavaco Silva, Passos Coelho, Sócrates entre outros nunca conseguiram (mas isto já é outro assunto).

      A miúda deste lado sempre achou que a LIBERDADE é a ÚNICA coisa que nunca me tirarão e que eu só perderei quando me fecharem a boca de vez, daí as papas na língua nunca por cá morarem ;)

      Bem-haja e mais uma vez obrigada pela visita e pelo seu simpático comentário.

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  17. Bem, o filme "A Gaiola Dourada" já teve algo positivo, fez-me descobrir este blog =) Estou em França desde Maio de 2012 e tive conhecimento deste filme através da minha assistente na clínica dentária onde trabalho. Achei interessante quando ela orgulhosamente me informou que o filme "gozava" com os Portugueses, mas optei por ter algum sentido de humor tal como faço sempre que alguém como ela tenta sugerir que somos de alguma forma inferiores, até porque tenho plena consciência que isso não é de todo verdade, sendo Médicos ou Pedreiros somos necessários, fazemos o que eles não são capazes de fazer e podemos orgulhar-nos disso. Eles precisam de nós! E, já agora, mais um pequeno reparo, é que após ver o trailer do filme apercebi-me de que não são só os Portugueses as "vítimas" da chacota, mas também os franceses, quanto mais não seja pela sua ignorância =p

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    1. Isabel que palavras simpáticas :) Obrigada!

      O que vale é que haverá sempre boa gente de cabeça erguida que pode mostrar ao resto do Mundo que os Portugueses são mais que aquilo que eles teimam em mostrar ;)

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  18. Lembro-vos que este é um filme realisado por um português. E embora pareça custar a muita boa gente, é esta a imagem que nós próprios temos do emigrante portugues. Porque embora queiramos embelezar esta nova vage de emigrantes, que trazem ferramentas e conhecimentos a que as vagas anteriores não tiveram tanto acesso, a GRANDE maioria dos emigrantes trabalha na hotelaria ou na construçao, saiem ao fim de semana ao centro portugues para ver o baile, torram o dinheiro em carros, nunca ousaram meter os pés nuns skis ou abrir outros horizontes que o do "belo" Portugal. Custe a quem custar, esta é a realidade, este estereotipo acenta que nem uma luva à maior parte dos emigrantes. Claro que os ha diferentes, e nesses me incluo. Mas prefiro ser incluido num estereotipo de gente simples, humilde, trabalhadora, e saudosa de Portugal do que de presunçao e egocentrismo, pois, como uma pescadinha de rabo na boca, essa é a cultura portuguesa, e só o percebe que a assimila.

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    1. Concordo plenamente com o seu comentário.
      A emigração dos anos 60/70 emigrou sem estudos, numa época difícil. Não devemos criticar essa gente, pelo contrário devemos elogiá-los porque são estimados e considerados trabalhadores.
      Agora esta nova emigração, com estudos é que deve dar uma imagem diferente do que é ser português HOJE.

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  19. Não podia concordar mais contigo, ainda que sem ver o filme, e sabendo que os actores portugueses se portaram super bem e tal, não deixo de ficar muito triste, deprimida mesmo com a imagem caricaturada que dão dos portugueses numa altura em que milhares saem do seu país e vêm aqui parar, a França, e a outros países outrora destino já dos nossos antepassados, mas em circunstâncias também bem infelizes...

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  20. A verdade é que, apesar de ter cérebros, Portugal continua a não dar condições às pessoas para terem uma vida ao nível de outros países e, por isso continuamos a emigrar.
    A emigração dos anos 60 e 70 está associada a clichés que não podemos ignorar nem desdenhar .Fazem parte da nossa cultura e história. Este filme homenageia uma geração, da qual os meus pais fizeram parte, e da qual muito me orgulho, por foram pessoas trabalhadoras e lutadoras para darem uma vida melhor aos filhos.
    Cabe ás gerações atuais mostrarem uma atitude diferente, mas não vale a pena negar o que fomos, porque realmente fomos. A realidade de quem vai hoje emigrar acaba por não ser tão diferente de há 40 anos atrás. é preciso trabalhar para viver! what's the problema? Eu consegui obter um curso superior graças ao esforço dos meus pais que foram emigrantes em França. Tenho muito orgulho nisso! Qual o problemas de gostar de bacalhau? Estúpido é quem não compreende e aceia as suas raízes.

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  21. Vi o filme e, simplesmente, adorei! Ri muito!

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